terça-feira, 1 de junho de 2010

Manusear um Réptil: Dicas e Cuidados

Regra geral, os répteis preferem passar despercebidos ao dono do que serem manuseados. Contudo, alguns répteis chegam mesmo a reconhecer um ou outro humano e a interagir com ele.



Existem razões válidas para tentar interagir com o seu animal, para além da recompensa de confiar no seu réptil e de ele confiar em si.

- Os donos devem examinar os répteis regularmente, para despistar problemas de saúde, e isto pode implicar ter de os manusear. Pode ter de levar o réptil para o veterinário e ter de o mudar de compartimento, por exemplo, e é sempre melhor ter a confiança do seu animal, sobretudo para que este se sinta seguro e não entre em stress.

Primeiros avanços

- Os répteis precisam de tempo para se ajustarem a novos ambientes e é frequente entrarem em stress quando são mudados de terrário.

- Se comprou um réptil, dê-lhe no mínimo uma semana para se ambientar. Depois comece de forma calma e progressiva a interagir com ele. Apesar das escamas, os répteis são capazes de sentir perfeitamente quando alguém lhes toca.

- Pequenas carícias são boas formas de iniciar a interacção com o réptil. Não se aproxime de cima, mas sempre dentro do campo de visão do animal. Esteja atento ao comportamento do animal e se necessário use luvas protectoras numa primeira fase.




Pegar num réptil

- Para pegar num lagarto, deve segurá-los pelos ombros e anca ou base da cauda. Levante-o cuidadosamente para não magoar as unhas (caso as tenha). Ao pegar no animal deve suportar todo o seu peso.

- Apenas levante o réptil quando sentir que o está a agarrar de forma adequada. Caso o animal barafuste, pouse-o com calma, nunca o largue no ar, pois quedas para o chão podem ter desfechos desastrosos.


- Como os lagartos são animais relativamente activos pode oferecer-lhes o dedo ou a mão para treparem.


- No caso das cobras, introduza as mão no terrário e deixe a cobra explorar os seus braços. Não a prenda, nem aperte. Quanto mais liberdade de movimento lhe der, menos ameaçada ela se sente.


- As tartarugas não gostam de ser pegadas do chão e podem mesmo entrar em pânico. Se for necessário pegar nelas, coloque um dedo por baixo da carapaça e outro por cima. Mas a melhor forma de transportar tartarugas é conduzi-las para uma caixa e transportá-las dentro desta.


- Já os anfíbios não devem ser manuseados. A pele destes animais é permeável e sensível. O ideal será utilizar luvas de latéx molhadas por fora, mas é difícil segurá-los desta forma.


Regras de ouro para manusear répteis



Não pegar pela cauda – muitos lagartos conseguem desprender a cauda e fugir. A cauda geralmente volta a crescer mas geralmente com limitações. Muitas vezes é mais pequena e com menos mobilidade.

Não se aproximar por cima
– os lagartos são atacados por cima, daí a existência de um terceiro olho, que lhes permite captar variações na luz. Ao aproximar-se de um lagarto por cima, o animal vai associá-lo a um predador.


Não ter cheiro de presas
– As cobras têm um olfacto muito apurado e se cria alimento vivo para elas ou se tem ratos como animais de estimação, a cobra pode assumir de que a sua mão se trata de um rato e atacar.


Lavar as mãos
– Os répteis podem transmitir doenças aos humanos se estes não tiverem cuidados higiénicos. A salmonela pode ser contraída se durante o manuseio de répteis ou depois se levar as mãos à boca, por exemplo, sem as ter previamente lavado.


Não dar beijos a répteis
–Pela mesma razão anteriormente apresentada.


Não transportar o réptil perto da cara
– Os répteis não são animais domesticados e apesar de poderem ser manuseados têm uma tolerância limitada em relação ao dono. Todos os répteis podem atacar, sendo que as cobras, as Iguanas e tartarugas podem deixar marcas no dono.


Não virar o animal ao contrário
– Respeite a natureza do animal. Se já é estranho para um réptil descolar do chão por estar a ser pegado pelo dono, será causa de stress se o virar de barriga para cima ou efectuar qualquer outra manobra que ele não consiga fazer na natureza ou apenas faça em situação de desespero.


Não apertar
– A restrição dos movimentos é, do ponto de vista dos répteis, morte certa por um predador. Quando apertados, os répteis tentam-se libertar e para isso usam todas as “armas” que têm disponíveis, dentes, unhas, força, etc.


Cuidados especiais

- Depois de ganhar a confiança do seu réptil, não exagere no tempo de manuseamento. Aprenda a reconhecer os sinais de stress ou desconforto e devolva o animal ao terrário, de preferência antes de ele os evidenciar.

- Tenha noção que manusear um réptil é um privilégio e não um dado adquirido. Vários indivíduos, mesmo criados em cativeiro são demasiado ariscos para se deixarem manusear sem se defenderem.



Para um réptil, ser tocado é o mesmo que o seu disfarce ter sido descoberto, por isso é absolutamente necessário que aja de forma controlada e pausada.

fonte-arcadenoé

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