As plantas aquáticas são mais do que um complemento nos aquários. Para além de darem vida e cor ao aquário, também cumprem funções importantes, tais como oxigenar a água, fornecer abrigo aos alevins e aos peixes mais tímidos e funcionar como suporte para a postura de ovos. Ao tornarem o ambiente do aquário mais natural e mais seguro, permitem que o stress dos peixes diminua, melhorando o estado de saúde destes animais.
Plantas rasteiras
- As plantas colocadas junto ao vidro frontal e no centro do aquático devem ser plantas baixas para que não interfiram com a visibilidade do aquário e que permitam aos peixes nadar à vontade. As plantas devem assim ter 10 cm no máximo.
- Geralmente este tipo de plantas tem a particularidade de crescer como um tapete no aquário, alastrando-se para os lados e cobrindo o fundo. São também boas opções para preencher locais vazios resultantes do resto da decoração, tais como a colocação de rochas.
- Um dos exemplos mais conhecidos deste tipo de plantas é o Musgo de Java, Vesicularia dubyana.
- Com a mesma funcionalidade encontramos também a Eleocharis parvula
- ou a Eleocharis acicularis, um pouco mais longa.
Plantas altas
- As plantas altas devem ser colocadas junto aos vidros, funcionando como painel de fundo do próprio aquário e abrigo aos peixes que vivem a meio ou junto ao topo do aquário.
- Um exemplo deste tipo de plantas é a Amazonense, Echinodorus amazonicus.
- Também bastante popular é a Bacopa monnieri.
Plantas intermédias
- Se procurar um ambiente mais cuidado pode fazer a transição entre as plantas rasteiras e as plantas mais altas utilizando plantas de comprimento médio. Estas plantas tanto podem servir de acento numa das extremidades do aquário como podem rodear a vegetação mais rasteira.
Exemplo destas plantas são algumas do género Anubias:
Plantas flutuantes
- As plantas flutuantes são uma óptima forma de criar zonas de sombra no aquário e fornecer abrigo no nível superior do aquário. São geralmente plantas de crescimento rápido, que podem ter de ser retiradas para que não cubram a totalidade do aquário. Alguns peixes que se alimentam destas plantas, como por exemplo o Peixe Dourado, podem fazer esse controlo por si.
- A Riccia fluitans é bastante popular.
Plantas para iniciantes
- Existem plantas mais resistentes do que outras, suportando maiores variações de PH, dureza da água e iluminação. A escolha é ampla e as plantas mais indicadas para iniciantes são:
-Elódeas, sendo a Elodea canadensis uma das mais comuns.
- Plantas do género Egeria
-Hygrophila polysperma e Hygrophila difformis
-A grande maioria das espécies do género Vallisneria
-Samambaia d'Água, Ceratopteris thalictroides
- Bananinha, Nymphoides aquaticum
-Ceratophyllum demersum
Convivência com peixes
- As plantas devem ser adequadas ao tipo de peixe, o que implica também serem adequadas ao tipo de água. A temperatura, o PH, a dureza da água e ainda o grau de salinidade são factores a ter em conta quando se escolhem as plantas e os peixes.
- A maioria das plantas aquáticas pode ser mantida entre 6,5 e 7,5 PH e entre 4 e 12 dH. Embora existam excepções e é sempre conveniente consultar as necessidades específicas de cada planta. A água deve ser sempre límpida.
- Para além disso, deve-se procurar saber quais as plantas mais adequadas para o tipo de comportamento do peixe. Peixes mais agressivos, que têm tendência a mordiscar as plantas devem ter plantas de folha dura no aquário.
- Também as características físicas dos peixes são importantes. Os peixes com barbatanas longas e zonas mais sensíveis devem ser juntos com plantas de folha mais fina e suave. Já os peixes mais pequenos/tímidos dão-se melhor com plantas de crescimento rápido que lhes forneçam abrigo.
Iluminação
- As lâmpadas fluorescentes que vêm nos kits de aquários raramente são adequadas para a manutenção de plantas naturais. Hoje em dia já existe uma oferta variada no tipo de lâmpadas disponíveis no mercado.
- As lâmpadas devem seguir o ciclo diário do sol, ou seja devem estar ligadas entre 10 a 14h por dia, conforme a estação do ano.
- A intensidade e cor das lâmpadas deve ser ajustada à necessidade das plantas e dos peixes que devem ser coincidentes para que consigam partilhar o mesmo aquário.
Fertilizantes e outros suplementos
- Os fertilizantes compostos de nitrogénio não são necessários num aquário em ciclo. Isto porque os peixes produzem matéria orgânica suficiente que é aproveitada pelas plantas como fertilizante. Se o aquário estiver a ficar demasiado estéril para as plantas, existem produtos alternativos cuja função é facilitar a absorção da matéria orgânica pelas plantas. Outros suplementos são necessários para o crescimento das plantas tais como ferro, magnésio, zinco cálcio. Estes micro-nutrientes devem ser dados em pequenas quantidades e de acordo com as necessidades de cada espécie.
- As plantas necessitam de oxigénio e dióxido de carbono para respirarem e realizarem a fotossíntese. Caso o aquário esteja equilibrado, os peixes fornecem o dióxido de carbono de que as plantas necessitam. Geralmente é necessário aparelhos que forneçam oxigénio em aquários plantados, tais como simplesmente uma bomba que estimule o movimento da água.
Plantas vs Algas
- Existe o mito de que ter plantas naturais aumenta a produção de algas no aquário. Na verdade, as plantas competem com as algas pelo mesmo alimento, o que faz com que as plantas naturais até atrasem o desenvolvimento das algas, consumindo alguns nutrientes que as algas usam para se desenvolverem.
- Contudo, é comum existirem explosões de algas em aquários plantados. Isto deve-se sobretudo ao excesso de fertilizantes ou de luz, especialmente luz solar.
- Fertilizantes com nitratos ou fósforo não são necessários em aquários com um número significativo de peixes. Os aquariofilistas não se devem contudo esquecer de que a presença de alguma quantidade de algas no aquário é normal.
A escolha e colocação das plantas num aquário é fundamental para criar um ambiente equilibrado, sem prejudicar a mobilidade dos peixes e sem reduzir a vista do interior do aquário.
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